segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Escola de turno integral

Qual o papel dos professores e como estimular a participação dos estudantes?


Sistematização de Mariana Fonseca e Agda Sardenberg

A escola é sem dúvida construída por sua comunidade – e, assim como o gestor ou a equipe diretiva da unidade tem seu papel na organização do projeto escolar, é preciso que toda comunidade esteja envolvida na implementação e construção do projeto. Assim, professores e estudantes são fundamentais na articulação do projeto da escola e devem participar ativamente da sua construção. Na Educação Integral, todos são corresponsáveis e trabalham juntos na construção de uma educação de qualidade.
Nessa perspectiva, mais de 50 especialistas (organizações e indivíduos) em Educação Integral* indicam as seguintes recomendações às escolas:
Papel de professores 
Em uma escola de educação integral, a equipe de professores identifica as expectativas e necessidades de desenvolvimento integral dos seus alunos e propõe ou articula oportunidades educativas capazes de atendê-las.
Assim, cabe ao professor:
Coerência: atuar em sintonia com o Projeto Político Pedagógico da escola, compreendendo seu papel e cumprindo suas metas.
Integralidade: compreender o aluno de forma integral, buscando identificar suas necessidades de desenvolvimento no nível intelectual, físico, emocional, social, cultural
Reconhecimento: conhecer a realidade do aluno, da sua família e da comunidade em que a escola e estes estudantes estão inseridos.
Empatia: acolher as diferenças, reconhecendo que cada estudante é único, aprende de uma forma diferente e vive em um contexto próprio.
Sonhos: conhecer os interesses, anseios e/ou o projeto de vida dos seus alunos e apoiá-los a alcançar seus objetivos.
Tempo Integral: considerar o aluno durante todo o tempo em que está na escola e não apenas na sua sala de aula.
Cumplicidade: conhecer as famílias de seus alunos, dialogar com elas e criar vínculos para fortalecer o seu desenvolvimento integral.
Trilhas: construir roteiros educativos que integrem disciplinas tradicionais com atividades complementares, saberes acadêmicos e populares, promovendo o desenvolvimento integral dos alunos.
Colaboração: trabalhar de forma colaborativa com outros professores da escola, criando comunidades de aprendizagem para compartilhar desafios e propor estratégias articuladas que respondam às demandas do desenvolvimento integral.
Relacionamento: estabelecer uma relação mais igualitária e dialógica com seus alunos, reconhecendo seus saberes e legitimando a sua capacidade de contribuição com seu próprio processo de desenvolvimento.
Mediação: ser um mediador, facilitador e articulador do conhecimento, provocando o aluno a aprender a partir de seus próprios questionamentos.
Pesquisa: convidar o estudante a perceber a realidade como objeto de estudo.
Protagonismo: promover o protagonismo do aluno como autor e proponente do seu próprio processo pedagógico.
Participação: colaborar com a equipe gestora no sentido de apontar necessidades de infraestrutura, propor projetos e ações inovadoras e se envolver com atividades do programa que extrapolem a sua sala de aula.
Acompanhamento: avaliar continuamente os processos de ensino e aprendizagem, em conjunto com seus estudantes, estimulando que reconheçam o que precisam fazer para alcançar seus objetivos individuais e coletivos.
Aprendizagem: admitir que pode errar e aprender enquanto ensina, inclusive com seus alunos.



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